Ise Atsumi Doami Serrão²
Jaisa Alline Ferreira Araujo²
Jennifer Fonseca Lopes²
Pamella A. Passos Ventura²
Niamey Granhen Brandao da Costa³
RESUMO
A família contemporânea apresenta-se multiforme e em permanente transformação. E dentre essas inúmeras possibilidades de constituir uma família encontra-se a adoção. O presente artigo tem por objetivo conhecer as famílias com filhos adotivos, a partir da entrevista com duas famílias, no que diz respeito a sua caracterização e à compreensão da dinâmica familiar a partir de uma perspectiva psicológica, compreendendo desde a formação do casal, passando pelo processo de adoção até o momento atual destas famílias. O método utilizado foi entrevista semi-estruturada contendo 15 perguntas acerca dos temas família e adoção, para cada um dos entrevistados. Em relação à análise dos resultados, verificou-se que as duas famílias vivenciaram de maneira distinta a sua formação através da adoção. As famílias entrevistadas apresentam dinâmicas familiares diferenciadas, visto que, enquanto a primeira vivencia as funções em sua completude; a segunda família foca a função biológica em detrimento das demais, sendo apontada, em ambas, a importância do diálogo para a resolução dos conflitos. A primeira família vivenciou a adoção de forma hedônica, isto é, buscando satisfação dos próprios desejos; a segunda família vivenciou este momento de forma altruísta, isto é, visando atender as necessidades alheias em detrimento de benefícios ou interesses particulares. A adoção foi observada de dois ângulos diferentes, isto é, enquanto em uma a adoção não altera a percepção sobre o filho adotivo, sendo visto como membro real da família e na segunda visto de forma ambivalente. A revelação da adoção deve ser iniciada desde os primeiros anos, conforme o grau de entendimento do adotado para que, assim, sinta que os pais adotivos têm uma relação de respeito com as figuras dos pais biológicos, visto que o sujeito apresenta mesmo que inconscientemente uma aliança com as primeiras figuras parentais.